Lixo e restos de material de construção acumulados em terrenos baldios e nas calçadas de diversos bairros de Anápolis são os principais causadores do aumento do número de casos de dengue no município, apesar de estar há mais de 100 dias sem chuva. A cidade registrou até agosto deste ano mais de 45 mil casos notificados da doença e 53 mortes confirmadas. Os casos se referem não apenas ao período chuvoso, como também neste longo período de seca e temperaturas altas. Esta situação colocou a Secretaria Estadual de Saúde em alerta.
Em todo o estado foram confirmados 284.086 casos e 380 mortes por dengue, sendo que 68 ainda estão em investigação. Anápolis está entre as cinco cidades com o maior número de mortes pela doença, junto com Goiânia, Luziânia, Cristalina e Valparaíso.
A preocupação da SES é o período de tempo seco com altos registros de focos do mosquito aedes aegypti, transmissor não só da dengue, como também da zika e chikungunya, o que é esperado a partir do início do período chuvoso. E não há previsão de chuva regular no estado antes da segunda quinzena de outubro, segundo meteorologistas do Climatempo e Cimehgo.
Para se ter uma ideia, até abril deste ano foram confirmadas 24 mortes em Anápolis e de lá para cá ocorreu um aumento, chegando a 53 até agosto, situação que tem preocupado as autoridades sanitárias do estado. Dos mais de 284 mil casos confirmados em todo o estado, 31.650 são de Anápolis, sendo notificados no município 45.078.
Em fevereiro, período chuvoso, o governo de Goiás chegou a decretar emergência em saúde pública e se os números de casos continuarem a aumentar antes do período chuvoso, pode ter que repetir o alerta. Para evitar esta situação, a SES tem realizado ações, como o "Dia D" de combate à dengue e também intensificado o monitoramento das cidades mais atingidas, como é o caso de Anápolis. O Plano de Contingência para o período chuvoso, previsto para começar nos próximos meses já foi atualizado..
Apesar de muitos anapolinos fazerem sua parte, como a Thaina Pereira, moradora do bairro Filostro, o trabalho é de formiguinha. Para ela é importante que todos contribuam. "Aqui em casa, não deixo acumular água em nenhum lugar. Limpo o quintal toda semana e oriento meus vizinhos a fazer o mesmo”, diz Thaina.
Sinomar Borges, morador do Jardim Itália Maria Helena, é outro exemplo a ser seguido. Ele cuida com dedicação do quintal e tem motivos para isso. “Já tive dengue uma vez e não quero passar por isso de novo. Cuido do meu quintal como cuido da minha saúde. Todo mundo deveria se conscientizar, porque, se cada um fizer sua parte, a gente consegue vencer esse mosquito", conta.
Apesar dos esforços, a Secretaria de Saúde alerta que a responsabilidade não pode ser delegada apenas às ações governamentais. A participação ativa de toda a comunidade é essencial para eliminar criadouros e impedir a propagação do Aedes aegypti.
Mín. 23° Máx. 36°
Mín. 24° Máx. 36°
Tempo limpoMín. 23° Máx. 37°
Tempo limpo