Uma enorme erosão às margens da Ferrovia Atlântico-Sul, um dos principais meios de escoamento da produção do DAIA pelo Porto Seco Centro-Oeste, já completou vários aniversários e é conhecida como Voçoroca dos Trilhos, e fica nas proximidades do bairro Industrial Munir Calixto. “É a maior erosão de Anápolis e tem cerca de 20 metros de profundidade.É muito preocupante porque é preciso uma intervenção da prefeitura e do estado”, denuncia o ambientalista Valdino Félix. Em nota, a VLI afirma que não existe nenhum comprometimento da segurança das operações da ferrovia.
Para o ambientalista Valdino Felix que vem acompanhando a situação há alguns meses, o problema foi causado após o serviço de drenagem realizado nas proximidades do bairro Industrial Munir Calixto e feito por uma empresa durante sua instalação no DAIA. “Essa água foi jogada no vale que acabou causando a erosão que atinge a represa de captação de água que abastece as empresas do DAIA, atinge a represa pulmão como é chamada e que é importante para a produção”, denuncia.
De acordo com Valdino existem outras grandes erosões em Anápolis, uma perto do Centro da cidade e outra no Vale do Sol no Residencial Araguaia, perto do Ministério Público. No entanto, segundo ele, a do DAIA é a maior de todas e muito preocupante. As três erosões no entorno do DAIA surgiram devido ao percurso feito pelas águas das chuvas que fica concentrada na rede de escoamento da ferrovia. De acordo com estudos da UEG, essas águas são despejadas em área rural, sem vegetação, apenas pastagens, o que acarreta a formação de sulcos, ravinas e voçorocas.
Duas erosões ficam na Bacia do Ribeirão Extrema, exatamente no Córrego do Urubu e a outra na Bacia do Rio Caldas conhecida como Voçoroca dos Trilhos nas proximidades do Bairro Industrial Munir Calixto, considerada a maior de todas. “O problema é causado pela retirada da vegetação nativa e das matas ciliares dos rios e córregos. Se a vegetação não fosse derrubada esta situação poderia ser evitada”, denuncia Valdino Felix.
Segundo ele, é preciso mais empenho dos três poderes, municipal, estadual e federal na contenção destas erosões. Valdino Felix já denunciou o problema para o Ministério Público em Anápolis porque entende que é preciso uma solução definitiva para o problema. “Só ficam empurrando com a barriga, lembrando que a VLI está fazendo o serviço de emergência para que a ferrovia não caia”, denuncia. Ele ainda afirma que há pelo menos 20 anos Anápolis não possui profissionais especializados e técnicos ambientais na Secretaria de Meio Ambiente. “Infelizmente, nós temos muito político e nenhum técnico”.
O que diz a VLI
Em nota a VLI informa que o trecho da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) próximo ao Distrito Agroindustrial de Anápolis (GO) foi afetado por uma erosão iniciada em um terreno de terceiros e que se estendeu à linha férrea. A companhia afirma que não há nenhum comprometimento da segurança das operações e já se movimenta para promover os devidos reparos no perímetro que compreende a faixa de domínio da ferrovia, obra que se iniciou em agosto com entrega prevista para novembro de 2024.
E esclarece, ainda, que realiza periodicamente atividades de manutenção no trecho da ferrovia, incluindo capina e limpeza das faixas de domínio para evitar impactos na região. E disponibiliza o canal aberto AlÔ VLI pelo telefone 0800 022 12 11 e pelo whatsapp (31) 9 8308-5538.
O que diz Codego
A Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego) informa, por meio de nota, que enviou ofício à Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Anápolis e à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) para que ambas tomem as devidas providências para resolver o problema provocado pela erosão.
A nota diz, ainda, que a Codego está sendo prejudicada pelo carreamento de solo superficial para o córrego Caldas. Esta situação está causando o assoreamento da lagoa de captação e gerando alto índice de turbidez na água para tratamento utilizada pelas empresas instaladas no Daia.