Na semana passada foram encontrados uma grande quantidade de peixes cascudos mortos no Rio das Antas próximo à Paróquia São Francisco de Assis e do Parque Ipiranga, cartão postal de Anápolis. A denúncia foi feita à 105 7 Anápolis pelo ambientalista Valdivino Félix, do Instituto Plataforma Verde Cerrado. Ele reclama também da falta de ações do poder público municipal que não faz a limpeza do rio e nem de seus afluentes. “O rio das Antas é a espinha dorsal de Anápolis e está totalmente poluído, cheio de lixo e recebendo esgoto in natura de seus afluentes”, denuncia Valdivino Félix.
Esta não é a primeira vez que ele denuncia a falta de limpeza e cuidado com o principal rio de Anápolis. O Rio das Antas possui 34 quilômetros, sendo 27 quilômetros em período urbano, onde recebe a maior parte do lixo e esgoto. “Isto torna o rio inabitável e por isso a grande quantidade de morte de peixes”, explica. Segundo ele, em Abadiânia, por exemplo, seriam precisos 200 caminhões para retirar todo o lixo acumulado neste trecho do Rio das Antas. “É tanto lixo, mas tanto lixo, que tomou o rio de uma margem a outra”, denuncia.
Segundo o ambientalista, além do lixo carreado por 80% dos afluentes do rio das Antas, ainda tem o esgoto jogado in natura de postos de combustíveis e da própria Saneago. E alerta que o córrego Extrema é um dos afluentes mais poluídos e contaminados. O Rio das Antas deságua no Lago Corumbá 4, que acaba recebendo toda esta poluição, contaminando a água consumida pelos moradores das margens do lago.
Por falta de recursos financeiros e apoio, o Instituto Plataforma Verde Cerrado realizou a última ação de limpeza do Rio das Antas em 2022 com a ajuda de 80 estudantes do ensino médio e quatro professores do Colégio Estadual Erta Layser de Anápolis. Na época, o grupo retirou mais de duas toneladas de lixo do córrego.” O rio das antas está morrendo, porque é desprezado por falta de iniciativa do poder público principalmente”, denuncia Valdivino Félix.
Ele lamenta que o Rio das Antas hoje seja mais um condutor de lixo e esgoto do que um próprio curso d’água. E como diz o professor de engenharia ambiental da PUC/Goiás, Antônio Pasqualetto, “não se inaugura um rio todo dia, mas se enterra um todos os dias”. A frase parece valer para o rio das Antas e seus afluentes como o córrego Extrema.