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Saúde Anápolis

Mutirão de cirurgias no HGG para tratamento da endometriose encerra em setembro

Serão realizadas 17 cirurgias até início de setembro

14/08/2024 17h10
Por: Marília Castro
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O Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG) montou uma força tarefa para zerar a fila de pacientes que aguardam cirurgia para tratamento de endometriose, doença que acomete uma a cada dez mulheres no Brasil. O HGG vai realizar 17 cirurgias até o início de setembro, sendo que quatro pacientes já passaram pelos procedimentos, duas delas na última semana. Neste mutirão o hospital conta com o trabalho em conjunto das equipes de Ginecologia e Cirurgia do Aparelho Digestivo e todos os procedimentos são realizados por meio da videolaparoscopia, técnica que utiliza câmeras introduzidas através do abdômen do paciente.

O método cirúrgico, considerado um dos mais modernos do mundo, consiste em pequenas incisões em vez de grandes cortes, o que resulta em menor trauma para o paciente, propiciando uma recuperação mais rápida, reduzindo o tempo de internação hospitalar e permitindo que o paciente retorne às suas atividades normais mais rapidamente. E em muitos casos o diagnóstico é desafiador para os médicos e o tratamento clínico nem sempre surte resultado satisfatório e por isso a necessidade da realização de cirurgia.

As mulheres que têm endometriose, em geral, sofrem com fluxos menstruais ao longo da vida e a doença está associada a fatores genéticos, estresse e a exposição à poluentes que comprometem o sistema imunológico. Esta é uma doença da mulher moderna, que engravida tardiamente e amamenta pouco, sendo considerado um problema crônico. De acordo com o médico Eduardo Pontes, supervisor da Residência de Endoscopia Ginecológica do HGG, a endometriose é um processo inflamatório que costuma estar associada a dores limitantes e infertilidade em mulheres em idade reprodutiva. Ele explica que a doença é causada por uma inflamação no endométrio, ou seja, de tecido que reveste o útero internamente, fora da cavidade uterina.

O médico Eduardo Pontes explica que a mulher que tem endometriose possui uma menstruação retrógrada, que é quando o sangue menstrual, ao invés de ser eliminado apenas pela vagina, reflui através das trompas uterinas e alcança os órgãos da parte interna da pelve. “Este conteúdo endometrial, na ausência de uma boa ação do sistema imunológico, pode aderir aos ovários, a parede da vagina, ao intestino e outros, levando a um processo inflamatório e a outras complicações na região, o que justifica a dor pélvica e a dificuldade para engravidar”, afirma.

“Quando o tratamento clínico, com medicamentos como uso de hormônios falha ou existem lesões volumosas ou que obstruem órgãos, como o intestino e o ureter, o tratamento cirúrgico é realizado. É uma cirurgia delicada, no entanto, sem grandes riscos para as pacientes. A gente estima que as mulheres que passarão por este procedimento aqui no HGG ficarão internadas por, no máximo dois dias e, em até 20 dias, poderão realizar suas tarefas habituais”, explica Eduardo Pontes. Ele ainda esclarece que o tratamento medicamentoso com uso de hormônios reduz os focos da endometriose, ou seja, da inflamação do endométrio, mas em muitos casos não é suficiente. E orienta às mulheres para fazer consultas ginecológicas anualmente e em caso de algum sintoma diferente procurar um médico.

matéria Rosângela Aguiar

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