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Saúde Goiás

Dívida de mais de 45 milhões de Goiânia com o Hospital Araújo Jorge coloca em risco tratamento de pacientes com câncer no estado

A falta de recursos financeiros pode levar o hospital a paralisar alguns atendimentos

14/08/2024 19h13
Por: Marília Castro
Crédito: ACCG
Crédito: ACCG

Com os constantes atrasos dos repasses financeiros da prefeitura de Goiânia por meio da Secretaria Municipal de Saúde, o Hospital do Câncer Araújo Jorge pode ter que paralisar algumas atividades e atendimentos. As consequências da dívida de R$ 45 milhões, sem contar os juros e correções, pode deixar milhares de pessoas de Goiás e de outros estados sem quimioterapia e cirurgias, entre outros atendimentos. O hospital é o único Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) do Centro-Oeste. “Temos trabalhado com afinco e implementado medidas para reduzir os impactos decorrentes desses atrasos. Entretanto, está difícil! Daqui a pouco não teremos mais de onde tirar. É essencial que os valores pendentes sejam liberados urgentemente para prevenir um colapso nos serviços prestados. A demora adicional poderá comprometer a saúde e a segurança dos pacientes e a estabilidade operacional do hospital”, alerta Alexandre Meneghini, presidente da Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG).

O HAJ é responsável por 70% do atendimento oncológico em Goiás e o serviço prestado a partir de contrato com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia representa quase 90% da receita da Instituição. Os atrasos nos repasses por parte da Prefeitura de Goiânia começaram a três anos, mas este é um problema antigo que o hospital sofre de tempos em tempos. De acordo com Meneghini assim que o atraso nos repasses começou, foram enviadas diversas notificações para a SMS de Goiânia, sem surtir efeito. Os recursos são oriundos de repasse de verba do Governo Estadual e da União para o atendimento de pacientes pelo SUS. O presidente da ACCG reclama que a SMS não dá qualquer justificativa satisfatória para o não pagamento da dívida.

Além dos atrasos nos pagamentos, os meses de março e abril de 2024 tiveram a produção SUS paga com muito atraso, sendo, além disso, parcelada, o que agravou ainda mais a situação financeira da instituição. A dívida da Prefeitura com o Araújo Jorge é referente à produção dos meses de maio e junho, a emendas parlamentares, a processos administrativos, piso de enfermagem julho, diferenças no piso de enfermagem, a recursos pendentes da Portaria GM/MS Nº 443, de 3 de abril de 2023, e da Portaria nº 97 (Programa Hospitais Sustentáveis).

A União, via Fundo Nacional de Saúde, efetua os repasses com regularidade ao Fundo Municipal de Saúde de Goiânia. No entanto, o repasse para o Hospital de Câncer Araújo Jorge tem uma média de 40 dias de atraso. Além disso, o hospital vem enfrentando atrasos ainda maiores para alguns recursos, como de algumas emendas parlamentares federais do ano de 2023, as quais foram repassadas à SMS e ainda não foram recebidas pela instituição.

Matéria Rosângela Aguiar

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