Ex-Governador diz que grupos criminosos querem eleger representantes

O alerta feito por Irapuã Costa Júnior foi feito para empresários durante reunião promovida pelo Conselho de Desenvolvimento da Indústria da Defesa (Condefesa) da Federação da Inústria de Goiás (FIEG). Ex-prefeito de Anápolis, ex-governador e ex-secretário de Segurança Pública de Goiás, Irapuã trouxe dados e informações alarmantes relacionados ao narcotráfico, segurança pública e eleições.

Durante a palestra "Narcotráfico e a Segurança Pública", Irapuã Costa Júnior destacou as transformações recentes nas operações de organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). Ele ressaltou que esses grupos têm se infiltrado cada vez mais em empresas e negócios legítimos, utilizando essas estruturas como meio para lavar dinheiro proveniente de atividades ilícitas. Essa estratégia de infiltração em setores legais representa um desafio crescente para as autoridades, pois torna ainda mais difícil o combate ao narcotráfico e suas consequências.

O ex-governador também expressou uma profunda preocupação com a infiltração desses grupos criminosos nos poderes da República — Executivo, Legislativo e Judiciário. Segundo ele, a influência do narcotráfico nas instituições públicas não só compromete a segurança nacional, como também enfraquece a confiança da população nas autoridades e no sistema democrático.

E chamou a atenção para a impressionante estrutura e organização dos principais grupos criminosos do país. Ele apontou que o PCC conta com aproximadamente 50 mil membros, enquanto o CV possui cerca de 20 mil associados, números que revelam a dimensão do desafio enfrentado pelas forças de segurança.

O ex-secretário de Segurança Pública destacou, ainda, a importância da responsabilidade cívica do povo brasileiro na escolha de seus representantes. Ele enfatizou que eleger líderes comprometidos com a integridade e com o combate ao crime organizado é o principal caminho para reverter essa situação e garantir a segurança pública no país.

O evento serviu como um alerta para os empresários e autoridades presentes, reforçando a necessidade de um esforço conjunto entre o setor privado, o governo e a sociedade civil para enfrentar o narcotráfico e proteger as instituições democráticas do Brasil.